Saiba a diferença entre Tarot adivinhatório e Tarot divinatório. Acesse o site do Tarot Curitiba.

TAROT: Adivinhação ou Divinação?

 

A Cartomancia, ou "arte de adivinhar" pelo intermédio das cartas de um baralho, não é, definitivamente, o objetivo do Tarot. A "divinação", sim. Mas, observe como estas duas noções se confundem.

 

Visto que não estudamos o Tarot para conhecer o futuro das pessoas (adivinhação), o que seria então a divinação, algo mais apropriado para a nossa amada ciência?

 

Como bem declarou o Dr. Robert Wang, expoente do Tarot (in O Tarô Cabalístico, Pensamento, 1994): "A divinação tem por objetivo o desenvolvimento das faculdades psíquicas. Quanto mais a pessoa usa as cartas do Tarot a fim de encontrar respostas para determinadas perguntas, mais fundo essa pessoa penetra em correntes invisíveis. Os que usaram as cartas do Tarot durante anos confirmarão o fato de que se chega a um ponto em que as cartas não são mais necessárias para uma divinação precisa. As respostas para problemas específicos são simplesmente sentidas." 

 

Logo, a confusão que se faz a respeito de o Tarot ser adivinhatório se dá por conta desta realidade denominada "psiquismo", passível de ser desenvolvida por qualquer indivíduo e testada quando se expressa sensações a respeito de situações, dispondo-se a correr os riscos de estar completamente errado ou certo. O estudioso do Tarot irá verificar, com o tempo, que os seus palpites serão cada vez mais acertados, conforme as respostas de pessoas próximas que irão comprovar. Esta é a porta de entrada para a CARTOMANCIA, que é, na verdade, a aplicação do psiquismo intuitivo direcionado a atender consulentes.

 

Desenvolvimento do psiquismo

 

Os poderes psíquicos se encontram na alma e são percebidos como fluidos especiais que aguçam o intelecto intuitivo.

 

O psiquismo é sempre provocado a partir de buscas não convencionais, ou seja, a sua prospecção não se dá como um simples processo de busca de informações, tal como ler um livro e estudar. A prática do psiquismo divinatório consiste, em primeiro lugar, em se atingir um estado meditativo (ou transe moderado) onde é possível tocar a fronteira da Biblioteca Universal e, ao mesmo tempo, permanecer consciente.

 

A chave para o Conhecimento Universal é a abertura da mente, para que LUZES superiores invadam a consciência. Mas, para que isto aconteça, deverá existir algumas condições anteriores. Vou elencar algumas delas:

 

  • Um nível de estudo (e compreensão) elevado dos significados, símbolos e Mistérios atrelados ao Tarot. A Papisa (Biblioteca Universal) não abre as suas portas para o vulgo, porque além de ser um ambiente sagrado é erudito. Por dedução, é tal como alguém saber da existência ou talvez poder visualizar uma joia fantástica, mas não conseguir tocá-la, muito menos possuí-la. É premente ao postulante do Tarot que este procure por compreender onde é possível buscar joias menos raras e poder tê-las em mãos, para depois prosseguir na senda das buscas superiores. Lembremos, pois, do Eremita, que nos ensina uma grande lição: "mesmo sendo velho e sábio ele caminha por caminhos escuros e com pouca luz. A sua missão é buscar! Durante a jornada ele envelhece, fica experiente, mas ainda carrega uma luz fraca, incomparável à Luz da Sabedoria da Criação";

 

  • Retidão moral e espiritual, o que implica em ser ético e ter o mínimo de fé. Portanto, tarólogos que carregam bandeiras ideológicas já estão excluídos da via iniciática, porque o seu critério auto-referencial (que é profano, e não sagrado) não condiz com a VERDADE UNIVERSAL que é isenta e não compartilha pontos-de-vista sem regras (caos). Estes não têm acesso ao Akasha luminoso, somente às instruções da Anarquia que, por si só, não constrói nada!  E a FÉ é a crença no "invisível", nas possibilidades mágicas e milagrosas da Mente Superior que pode, se assim quiser, estender as suas benesses à humanidade merecedora;

 

  • Ser solitário e ter os livros como melhores amigos (logicamente, falo das "fontes" de Luz, livros difíceis de serem achados, pois o senso comum não tem interesse por ler e, muito menos, desenvolver o intelecto; por isso as estantes das livrarias estão repletas de conteúdos medianos. É o que vende!). A Torá, a Bíblia como um todo, os autores cabalísticos e as instruções dos adeptos do Tarot são escolhas interessantes. Você não chegará à "Fonte dos Mistérios", nem saberá dos segredos dos atlantes, nem visitará o Eldorado celestial se optar por seguir os hipnotisadores da massa, autoentitulados sacerdotes ou seres de luz. Note um fato: quanto mais seguidores um "guia" tem, mais senso comum estará presente, o que indica que a comunicação do suposto guia será direcionada para o "todo", e não para o "particular";

 

  • Separar a vida profana da vida templária. Afinal, temos que ganhar o pão e sermos competentes na nossa função social colaborativa. E, em trabalho de adoração, o correto é desligar-se do mundo e agir como um verdadeiro cavalheiro dos bons costumes e da ordem;

 

Estas são algumas das muitas obrigações do buscador do Tarot, que conduzirão a uma melhor percepção psíquica da vida e das coisas ocultas. Há outras mais que, com o tempo, serão elencadas. Mas, posso antecipar uma informação bastante interessante: "o conhecimento e a prática da Magia são consequências destas atitudes". Afinal, para que serviria o Mago se este não pudesse operar prodígios?

 

Divinize-se!

 

Prof. Luciano Kravetz, Mestre.